
A história está repleta de personagens que tiveram a alegria de viver, lutando pelas suas idéias e ideais, e até sacrificando suas vidas por tudo aquilo que achavam corretos. Nossa vida, no entanto, não se manifesta apenas em confrontos, discussões e lutas.
O bom viver também se manifesta nas “pequenas coisas”, às vezes não percebidas pela comunidade, como ter e manter uma boa família, manter seus amigos, trabalhar com afinco e responsabilidade, ter seu lazer com aqueles que lhe são queridos, ser caridoso e atencioso etc.
Assim se manifestava Marianella Garcia Villas, uma advogada nascida em El Salvador, em 1948, que se dedicou à proteção de seus conterrâneos, fundou uma Associação dos Direitos Humanos, participou dos trabalhos de Dom Oscar Romero, também martirizado pelos seis ideais, e por fim adotou atitudes para coibir os abusos e desumanidades flagrantes que o governo despótico salvadorenho infligia aos habitantes. Passou a investigar a morte, desaparecimento e tortura de seus conterrâneos, acarretando para si à ira do governo sendo presa e também dada como desaparecida em 1983. Deixou uma carta escrita em 1980 que demonstra o que a movia nas suas atitudes e trabalhos:
“Eu luto pela vida. Um trabalho real que vale a pena. Não tenho nenhum desejo de morrer e de suas conseqüências que a vejo agora como algo natural. Todos nós devemos morrer um dia, mas a morte sempre virá cedo demais para o homem ou a mulher que tem uma intensa sede de viver. Cada minuto que passa tem um significado, uma profundidade maior do que qualquer outra coisa, mesmo que pareça comum e rotineiro. Cada rajada de vento, cada canto da cigarra, cada revoada de pombas é como um poema. Sei que os trabalhos pela justiça sempre terão o direito a seu lado e receberão a ajuda de Deus; estes irão prevalecer e a verdade resplandecerá.
“É melhor ser rico de espírito do que de bens materiais.” ]

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