Santo Agostinho, por exemplo, nos encaminha para o estudo da Bíblia ao declarar que “é tão grande o poder e a eficácia encerrados na Palavra de Deus , que ela constitui sustentáculo e vigor parra a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimentando a alma, pura e perene fonte da vida espiritual.” (Cf. “Questões do Heptateuco”, estudo dos primeiros sete livros do Antigo Testamento).
Por sua vez Santo Tomás de Aquino, célebre teólogo da Idade Média com pronunciamentos inigualáveis sobre a Verdade, a Razão e a Fé, comemorado no Calendário Católico em 28 do mês de janeiro, nos ensina que a fé é uma graça de Deus e crer é um ato autenticamente humano e que não contraria a liberdade e a inteligência confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas. Portanto, com a fé, a razão humana coopera com a graça infundida pelo Criador. Santo Tomás esclarece que “Crer é um ato de inteligência que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça.” (Suma Teológica, II, II, 2 – 9).
Note-se também que o homem para ter fé, ele acredita e responde aos Deus da Vida, crendo por livre vontade. O ato de fé é assim voluntário e pessoal.

Como a fé é um dom gratuito concedido a nós por Deus, também, em razão do nosso comportamento comumente falho, podemos perdê-lo, cabendo a cada um de nós perseverar até o fim na fé e pedir que Deus a aumente, como esclarecem São Lucas, l7, 5 e São Marcos, 9, 24.
Por derradeiro, a fé nos antecipa a alegria de vermos Deus “face a face”, sendo, em conseqüência, o inicio, o preâmbulo da Vida eterna.
Como nos proclama São Paulo, “ fé é a substância (fundamento) das coisas que se esperam e um argumento (prova) das coisas que não aparecem ...” (Hebreus, 11.1). Foi o argumento do apóstolo aos hebreus que se sentiam desorientados e desanimados pelas perseguições e insultos de que eram alvos quando do exílio que lhes foi imposto em Jerusalém.
Assim, pedimos aos fiéis que se apóiem na fé, a primeira das virtudes teologais (fé, esperança, caridade) para que tenhamos disposição e alegria na execução dos nossos serviços à comunidade de que fazemos parte, com espírito fraterno, procurando a paz e a harmonia entre todos.
Eu, que nasci num berço católico e sempre ouvi dizer que Deus e a igreja estão sempre em primeiro lugar na nossa vida, ao ler este texto e vendo a igreja achincalhada por toda a mídia e que a dá vontade de jogar todo o ensinamento e a fé pro alto.
ResponderExcluirSó me vem à cabeça aquela parte em que o padre, que é homem como nós, repete as palavras do Cristo: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, como Pai e o Espírito Santo.”
Lindo texto!