domingo, 22 de maio de 2011
GUIDO THOMAZ MARLIERE – O APÓSTOLO DA SELVA MINEIRA
São tantos os emigrantes que vieram para nossas plagas e que ajudaram a tornar este país o esplendor do que é hoje; esta é a vida de mais um que trabalhou com afinco e deixou seu nome gravado nos anais da história.
Guido Thomaz Marliére nasceu em 1767, na Província de Marche, Jarnage, França. Sua família era monarquista; encaminhou-o aos estudos e graduou-se em filosofia e humanidade. Aos 18 anos ingressou no exército francês.
Em 1789 Marliére sobreviveu aos embates da Revolução Francesa que depôs Luiz XVI; vencido seu exército pelas forças revolucionárias, viajou para a Alemanha e integrou a chamada Legião Realista do Visconde Mirabeau, constituída por imigrantes; o exército dos emigrantes foi derrotado pelo Imperador Napoleão; Marliére e seus contemporâneos foram transferidos para a Inglaterra e depois para Portugal, em 1797, passando então a defender o território lusitano. Em 1787 passou a Alferes. A Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, 1807/1808, juntamente com forças militares, e Marliére também veio na ocasião, já no posto de Tenente.
Nesse tempo, acusado de traidor por elementos que dele tinham inveja e que faziam parte da Corte Portuguesa, foi preso, em Vila Rica e trancafiado nas celas do Rio de Janeiro; as acusações eram infundadas e depois de um ano foi libertado.
Em 1813 comanda um batalhão enviado para pacificar o então Presídio de São João Batista, hoje Visconde do Rio Branco, Minas Gerais; consegue apaziguar as tribos kopós e puris; ensina-lhes o idioma e a cultura da civilização européia então em vigor.
Com seus soldados ingressa nas florestas virgens da região, chegando por Jaquitinhonha, Rio Pomba, Vale do Rio Doce, até encontrar os rios Mucuri e São Mateus, região dominada por índios antropófagos. Apazigua os selvagens daquele lugar, sem uso da força e da estratégia belicosa, dedicando aos selváticos, juntamente com seus soldados comandados o amor, a solidariedade, ensinando-lhes os costumes e a cultura da civilização; aprende os idiomas dos naturais da região.
Sua tarefa civilizadora atinge outras tribos, a saber: Malalis, manhuaçus, quejaurins, macachalis e outras mais. Daí resultou os aldeamentos e povoados, já com população que emigrou da Europa, surgindo Guidoval, Visconde do Rio Branco, Guiricema, Cataguases, Muriaé, Mirai, Astolfo Dutra etc. Na época é nomeado Diretor Geral dos Índios pelas autoridades sediadas no Rio de Janeiro.
Marliére prosseguiu paralelamente com as atividades militares a estudar e aprofundar-se na literatura, falando seu idioma natal, francês, alemão, italiano, inglês e as línguas portuguesa e dos tapuias e dos tupis.
Em 1827, é reformado como Coronel e deixa o exército.
Continua seu trabalho nas povoações onde fixou sua residência com sua família; escrevia para o jornal de Vila Rica, “O Universal”, estuda e pratica os princípios da ecologia, defende o meio ambiente, a vida dos selvagens e dos escravos. Distribuía aos agricultores sementes de cereais e principalmente café, hoje umas riquezas comerciais e de exportação da nossa economia, Funda escolas, igrejas, participa da abertura de estradas, e lança as bases da loja maçônica “Mineiros Reunidos”, sediada em Vila Rica.
Levava uma vida simples formando uma família exemplar.
Falece em sua casa, em Guidoval, antigo Sapé de Ubá, em 5 de junho de 1836, sendo enterrado sentado, segundo os costumes dos indígenas, mas toda população regional lhe rendeu as mais sinceras homenagens pelo trabalho ingente, profundo, constante e profícuo para o território das Minas Gerais.
Desde a época colonizadora a “nossa história e nossas fronteiras são marcadas pela ação das espadas e baionetas”, com a expulsão dos indios, enxotados para nordeste e o norte do nosso país, utilizando a mão de obra escrava, tiranizada e subjugada, trazida da África ( política de escravatura também rechaçada por Marliére ) como aprendemos nos bancos escolares; sobressaiam os privilégios e o preconceito (naquela época; e hoje ?!) .
Marliére, contudo, procurou amenizar as condições comunitárias do seu tempo.
“Manda a justiça da História que ao intrépido, desinteressado e profético Marliére, ao precursor de duas raças (índios e escravos) se reservem também os louros e as palmas da gratidão nacional.”
(in “Guido Thomaz Marliére - O Apóstolo das Selvas Mineiras”, Ed. 1914, Imprensa Oficial de MG, Afrânio de Mello Franco)
METEORITO de SÃO JOÃO NEPOMUCENO
A grande maioria das amostras dos meteoritos consta dos catálogos à disposição dos visitantes, com suas características, a saber: peso, estrutura, composição mineral, quando, como e onde foi encontrado em terra e em que época foi entregue ao museu.
A propósito, “meteorito”, segundo o “Aurélio”,vem a ser “o meteoróide qu cai na superfície da terra depois de ter produzido meteoro”; o Dicionário Kougan-Larousse, de Antonio Houaiss , assim define: “objeto sólido que se desloca no espaço interplanetário e que atinge a terra sem estar completamente vaporizado.”
O de São João Nepomuceno ainda é um mistério parcial para tantos que se dedicam ao estudo do cosmo, da geologia e ciências afins, aqui no Brasil e nos Estados Unidos.
Com efeito, em contato a Professora Elizabeth Zacolatto, que trabalha naquele museu, ficamos sabendo que o meteorito foi entregue naquela instituição em janeiro de 1960 pelo Dr. Silvio Fróes de Abreu, geólogo, pesquisador, infelizmente já falecido, sem,, no entanto, precisar em que circunstâncias o meteorito foi encontrado na cidade de São João Nepomuceno.
A despeito da falta dessa dado, o material foi objeto deestudo, chegando=se à seguinte conclusão resumidamente: o meteorito tem cerca de 15 kg, e, em 1973, foi dividido em duas partes, e metade foi remetida para Washington, Estados Unidos, ao SMITHSONIAN INSTITUTION,onde foi percucientemente examinado pelos seus técnicos e cujas características geológicas e cosmológicas constam do Catálogo do Smithsonian Institution e do Catálogo do Museu Histórico de Londres, sob o título:”Catalogue of Meteorites = São João Nepomuceno, Minas Gerais, Brasil”.
E mais: no período de 2 a 6 de agosto de 2004, deu=se aqui no Rio de Janeiro o 67º. Encontro Anual da Sociedade de Estudos de Meteoritos, e a Profa. Elizabeth apresentou seu trabalho aos cientistas presentes inteiramente focado no “nosso” meteorito. Sua curiosidade, agora, já que a ela nos identificamos, como o meteorito chegou às mãos do dr. Abreu.
Por conseguinte, é nosso intuito e no interesse da ciência e da cultura saber de algum dos nossos conterrâneos, ainda que não residentes em São João Nepomuceno, tem algum conhecimento do assunto,para que passemos esses dados ao Museu Nacional, vale dizer, quando o Dr.Abreu esteve na “garbosa”, em que circunstâncias o objeto foi localizado, e em que vizinhança da nossa cidade? Os dados podem ser encaminhados ao nosso e-mail: tjosebambno@yahoo. com.br.
Ficamos aguardando e agradecemos o empenho dos nossos leitores.
O BAIRRO DE SÃO CRISTOVÃO, RIO DE JANEIRO E SUAS ATRAÇÕES CULTURAIS E RELIGIOSAS
Presentemente, o bairro apresenta contrastes da vida sócio-econômica, com vasta população de emigrantes nordestinos, um comércio que luta pela sua sobrevivência, mas nos apresenta um patrimônio histórico de grande valor e digno de ser mostrado a tantos turistas e àqueles que se interessam por nossas raízes históricas.
De plano, vamos encontrar a QUINTA DA BOA VISTA e o MUSEU NACIONAL, era ali o requintado palácio da família real. O Museu Nacional, uma das unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro, abrigando grande acervo, resultado de pesquisas e de estudos da zoologia, botânica e antropologia social, assim como o Jardim Zoológico muito bem tratado com inúmeros exemplares da nossa fana nacional e de animais da África, em área ajardinada e arborizada.
A Casa da Marquesa de Santos, na Av. Pedro II,prédio preservado nas suas características arquitetônicas do estilo neoclássico, com frontões triangulares, platibanda com jarros, símbolos da cultura Greco-romana, gradis artísticos; seu interior é deslumbrante , com móveis e utensílios da época, pinturas murais de beleza impar, objetos pessoais e de decoração da família portuguesa e de sua histórica moradora, a Marquesa de Santos.
Hospital Frei Antonio, o antigo Lazareto. Na Rua São Cristóvão n. 870, vamos deparar com essa arquitetura edificada pelos padres jesuítas em 1759, sendo o governador o Conde de Bobadela, Gomes /Freire de Andrade; serviu de abrigo aos portadores da lepra; sua construção está preservada, possui jardins, alamedas, uma capela, o prédio com ladrilhos portugueses, mobiliário conservado, quadros com óleo sobre tela etc. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional em 1985, é administrado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária. O antigo hospital, hoje desativado, é possível fazer sua visitação, mas com a autorização da Irmandade que a administra.
Bairro de Santa Genoveva. Localizado na Rua São Cristóvão n. 446, e sua construção teve inicio nos albores do século XX. Consistia numa vila operária criada pelo Visconde de Moraes, José Eurico Pereira de Moraes, líder da colônia portuguesa no Brasil. Há uma capela dedicada a Santa Genoveva, segundo os historiadores uma réplica em miniatura da Basílica de Sacre Coer de Montmarte, França; todas as ruas do bairro receberam os nomes que lembram sua Santa, como Rua Savero, Rua Geronia, Praça Nanterre, Rua Lutecia etc. A pavimentação das ruas com paralelepípedos trazidos de Portugal e na entrada um pórtico que lembra o Arco do Triunfo. As ruas com amendoeiras, bancos de pedra e postes com lampiões elétricos.
O Campo de São Cristóvão. Passou por diversas reformas ao logo do tempo. A arquitetura atual foi assinada por Sérgio Bernardes e inaugurado em 1958. No seu entorno surgi a feira dos nordestinos, que de sábado a dmongo encontrávamos barracas com a venda de comida típica, rapadura,carne de sol, pamonha, etc. e a festa com músicas daquela região; em 2002 a Prefeitura , na sua reformulação do bairro, reformou o pavilhão ainda sob a orientação de Sérgio Bernardes, mas que faleceu em 15 de junho sem ver concretizada a sua recuperação predial. Hoje o pavilhão abriga os antigos nordestinos que exploravam a feira, mas agora com stands bem montados, bem administrados, oferecendo com higiene os quitutes nordestinos; possui dois palcos abrigados por toldos semelhantes ao chapéu de couro dos boiadeiros do norte e nordeste do país, pistas de dança, restaurantes. Freqüentado com assiduidade todos os fins de semana.
Igreja de São Cristóvão. Construída na época à beira do mar, pelos jesuítas, no terreno pertencente à Ci. De Jesus, sesmaria doada pó Estácio de Sá, 1565. Após o aterro da praia, o local foi denominado Praça Padre Seve, em homenagem ao Pároco Ricardino Artur Seve, fundador da Escola Paroquial de São Cristóvão., estabelecimento gratuito que sobrevive com doações populares e direcionado a principio aos filhos dos operários e pescadores do bairro. A Igrejinha passou por reformas, descaracterizando sua arquitetura primitiva. Sua última reforma ocorreu em 2001, com limpeza da Igreja, sua pintura, recuperação do telhado, limpeza da imagem do padroeiro, em bronze, sobre pedestal, que, lamentavelmente, foi furtada em 15 de setembro de 2001. Após esforços de todos ,em 25 de julho de 2002, outra imagem foi colocada no mesmo lugar, em solenidade prestigiada pelo Cardeal Dom Eusébio.
Igreja de Santa Edwiges da Quinta da Boa Vista, hoje Santuário Arquidiocesano de Santa Edwiges. Localizada na Rua Fonseca Teles, 109, ´e de arquitetura moderna, criada pelo decreto de 1 de janeiro de 1945 pelo então Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Jaime de Barros Câmara. É dirigida pelos Padres Estigmatinos; sua festa é em 16 de outubro, com missas de hora em hora, a partir das 6 da manhã até às 20 horas; é nessa data o auge da visitação dos fiéis; é a padroeira dos pobres e endividados. Em 30.5.2010 a Igreja foi elevada à categoria de Santuário por ato do Bispo da Arquidiocese do RJ D.Orani João Tempesta.
Museu Militar Conde de Linhares. Sediado na Av. Pedro II, 383. Possui exposições permanentes sobre: Evolução de armamentos; Sala Major Elza , homenageando a brilhante enfermeira que foi a primeira voluntária para a 2ª. Guerra Mundial; FEB – espaço com destaque de objetos de uso pessoal dos Pracinhas, armamentos americanos e alemães utilizados na 2ª. Guerra; Tropa em marcha – exposição destinado a mostrar evolução dos meios de transporte militar; Pátio dos Blindados – com diversas viaturas blindadas e canhões do Exército Brasileiro.Mensalmente há apresentações de corais, bandas de coreto e exposição de veículos antigos.
Essas as principais atrações de ordem cultural e religiosa do nossobairro de São Cristovão, que vale a pena conhecer.
DATAS COMEMORATIVAS EM JUNHO
No mês de junho comemoramos em datas próprias as instituições, dias de profissionais e festas da Igreja Católica marcantes em nossa existência e que daremos um breve histórico de algumas delas. Vejamos:
Logo em 1.6. temos o Dia Nacional da Imprensa. O setor de comunicação coletiva, através dos jornais, revistas, emissoras de rádio e TV sempre envolveram a população ávida das mais diversas e variadas notícias e dos acontecimentos. As comunicações por escrito, no entanto, deram origem aos demais setores que hoje conhecemos. Recordemo-nos de Gutenberg, Johan Genstfleish Gutenberg (1400 a 1468), que abriu seu estabelecimento de tipografia, mas sem os necessários recursos financeiros associou-se a Johan Fust e Peter Schoeffer, na cidade de Mainz, 1450. Imprimiu trabalhos e boletins e a célebre “Bíblia das 42 linhas”, editada em 1453, com caracteres góticos e iniciais ornamentadas à mão.
Dia 5.6. – Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente. Ecologia, do grego ecos = casa e logos - estudo é uma ciência a ser estudada, praticada e perseguida, não só pelos especialistas, mas por todos nós cidadãos. Trata-se do direito e da obrigação de preservar o mundo em que vivemos, nossa água, nossas matas, o ar, o bom uso das terras, dos recursos naturais etc.Temos que ter uma visão de progresso para todos,mas sempre com o cuidado e a preocupação. Evitando o desperdício, destruição e poluição.
De l6.6. a l9.6. Semana do Migrante. Migrante ou migrador é todo aquele que se muda de uma região ou país para outro. Aqui rendemos nossas homenagens e gratidão ao carioca, sempre recebendo de braços abertos os que aqui fixaram residência e com seus esforços e trabalho trouxeram o progresso e a solidariedade . Sou mneiro e plantei minhas raízes na Cidade Maravilhosa há 55 anos.
20.6. Dia do Pescador. Uma das profissões mais antigas. Atpe hoje o profissional lança-se ao mar à noite e retorna nos albores do dia, chegando aos nossos cais com suas embarcações repletas de peixe. É também o dia dedicado a São Pedro, o pescador de Cafarnaum, que chamado por Cristo, resolve segui-lo. Apóstolo de relevo, que teve a responsabilidade de edificar a Igreja.
A Igreja neste mês de junho , além de São Pedro, comemora os santos São Paulo, São João e Santo Antonio, nas chamadas “festas juninas”, tradicionais no Brasil de norte a sul, com missas solenes e também com festejos populares, com quadrilhas, fogueiras, comidas típicas e exibição de trajes próprios, mantendo através delas a cultura popular deixadas pelos nossos ancestrais e colonizadores.
Estamos na época de festas, mas também de reflexão e sentimentos.