Jornalismo e Liberdade de Expressão

Os meios de comunicação na sua relevância e dimensão social entre os povos, nações e comunidades são cada vez mais úteis e necessários para tornar a sociedade mais conhecedora, justa, reflexiva, informada e solidária. Contudo, a informação também traz para seus profissionais perigos constantes e imediatos como recentemente vem se apurando.

De acordo com o levantamento efetuado pela “PEC Press Emblem Compagn”, sediada na Suiça, nosso país ocupa a 5ª. posição entre os locais que mais se assassinaram jornalistas em 2012. Nos primeiros meses deste ano 72 jornalistas foram mortos em todo o mundo,em razão da divulgação das suas noticias , seus flagrantes e suas denuncias.Segundo relatório da PEC, este ano, 6 profissionais de noticias brasileiros foram mortos.

Pelos estudos da “SIP Sociedade Interamericana de Imprensa”, no que se refere a liberdade de expressão, o Brasil apresenta diferentes motivos de amparo para os profissionais de imprensa como a falta d e estrutura adequada para a investigação correta dos assassinatos, desaparecimentos etc.; no Norte do Brasil deparamos com as longas distancias, as estradas precárias, o perigo de contágio com doenças. Temos então, em nossas plagas, quer no interior, quer nas pequenas comunidades, nas cidades e nas grandes metrópoles o desenvolvimento ativo e proficiente das organizações clandestinas e criminosas que enfrentam de maneira mortal a divulgação das noticias: o turismo sexual, jogo do bicho, narcotráfico, práticas cambistas, contrabando de armas, explosivos, conflitos agrários, corruçpão nas nossas fronteiras, irregularidades cometidas pelos agentes do poder público, o historico e malfadado coronelismo que influencia a vida politica e social das regiões brasileiras.

Citamos aqui os mais conhecidos mártires da divulgação das irregularidades pelos nossos meios de comunicação como os jornalistas Wladimir Herzog e Tim Lopes. Registramos os nomes dos seguintes que também foram vítimas só em 2012, em face da propagação dos desmandos humanos ocorridos: Valério Luiz de Oliveira (Goiania), Décio de Sá (Maranhão), Divino Aparecido Carvalho(Foz doIguaçu), Oni de Moura (Santa Helena, Foz do Iguaçu), Roberto Cardoso Rodrigues (Ponta Porã) e Laércio de Souza (Bahia).

A Federação Nacional dos Jornalistas também descreve casos de agressão física, censura judicial,atentados e ameaças de morte, constrangendo o ativo, árduo e veemente múnus dos profissionais da imprensa.

É preciso melhorar

Leon Tolstoi (Rússia, 1828-1910),jornalista, pensador, novelista, pesquisador moral n os ensina que:

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas sim uma consequência.”

Final dos Tempos no Cinema

 Sou apreciador das obras cinematográficas desde os meus dias juvenis, na cidade garbosa, quando o Sr. Nerval Gouvêa, então funcionário da “Estrada de Ferro Leopoldina”, era também gerente do nosso Cine Teatro da Rua Governador Valadares, que exibia bons filmes da década de 50/60; continuo um cinéfilo pesquisador, assíduo e divertido com a produção para nossas telas, ressaltando que hoje, com o avanço da tecnologia, assistimos os DVDs da TV instalada na sala de jantar da nossa casa. É divertido.

Hollywood e o cinema europeu têm abordado com sucesso e comumente o tema do Apocalipse, livro do Novo Testamento, escrito por João Evangelista, nos anos 70/80- DC,, e que nos faz revelações e advertências em linguagem sibilina, obscura, enigmática.

“2012” ´é um filme sobre a catástrofe do nosso planeta, dirigido por Roland Emmerich, estrelado por John Cusack, Danny Glover, Woody Harrelson e outros notórios artistas, lançado em 2009; refere-se à teoria Maia que prevê o fenômeno a ocorrer em 21.12.2012 com cataclismos, erupções solares, aquecimento do núcleo da terra provocando o deslocamento da crosta terrestre, com erupções vulcânicas, terremotos, chuvas intermitentes, inundações, aquecimento global, tragédia e caos para nosso planeta. Muitos cinéfilos já devem ter visto a película, que nos impressiona pelo espetáculo; rendeu 225 milhões de dólares na semana de estréia, com críticas favoráveis e contrárias, como sempre ocorre.
Contudo, referimo-nos às noticias dos dois primeiros dias de novembro veiculadas incessantemente pelos nossos meios de comunicação e nas conversas do dia a dia nas praças, ruas, escritórios e nas nossas casas, que o furacão SANDY, rebaixado para a categoria de ciclone tropical deixou inúmeras mortes, na costa leste dos Estados Unidos, rumando para o Canadá, ocasionando destruição em prédios, praças, com milhões de pessoas que perderam seus pertences, móveis, utensílios, suas moradias, sem energia elétrica, desabastecimento de combustível, com ventos de 120/150 km por hora. Uma das piores catástrofes dos últimos 108 anos, com inundações de ruas, túneis rodoviários, metrô, pondo em perigo a Usina Nuclear de Nova Jersey etc. As cenas de destruição e os abalos individuais e sociais nos lembram o filme “2012”, as revelações apocalípticas,a previsão da Teoria Maia. Tudo vem ocorrendo na nação mais poderosa em termos de comercio, fabricação, comunicação, sistema de guerra, educação popular e tecnológica do nosso planeta.

Convém refletir.

Mas o esquema histórico é sempre o mesmo ao longo do tempo. Depois de muitas provas, perseguições, tragédias e desentendimentos somos um povo vencedor, com a misericórdia do nosso Criador, o Deus da Vida, que nos socorre na fraqueza, partilhando sonhos, verdade e esperança.

8 de dezembro

O dogma da conceição da Virgem Maria é adotado pela Igreja Católica  desde o século XV; o Papa Sisto IV confirmou essa tradição em 1476. Em razão da fé dos cristãos, a festividade foi oficializada a partir de 8 de dezembro de 1854, prevista na Bula Papal “Innefabilis Deus”. A conceição significa literalmente o ato da concepção da Ssa. Virgem Maria (do latim – “conceptione”), que seria a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo; tanto assim, que o nascimento da Virgem Maria é comemorado exatamente nove meses depois, em 8 de setembro. No Antigo Testamento vamos encontrar a palavra divina com a predição da Imaculada Mãe de Nosso Senhor em Gênesis 3, 15, Isaias 7, l4 e Jeremias 3l,22. A SSA. Maria é filha de São Joaquim e de Santana.

   Ressaltamos também que em 1930 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Conceição Aparecida,  Padroeira do Brasil.

   Infindáveis são as preces e os enaltecimentos a Nossa Senhora Mãe de Jesus Cristo; valemo-nos da oportuna exposição de São Bernardo de Clarival, francês, que viveu de 1091 a 1153 e que nos diz:

              

            “Enquanto Maria vos sustenta, não cais; enquanto vos protege, não      temas; enquanto vos conduz, não vos fatigais; e sendo a vós propícia, chegareis ao porto seguro.”

  Fervorosamente, agradecemos as graças que alcançamos com a intercessão de Nossa Senhora, lembrando que estar na sua presença é estar também na presença e na proteção de seu Filho Jesus Cristo.

ELEIÇÕES DE 2012 E A LEI DA FICHA LIMPA

No próximo dia 7 de outubro compareceremos às urnas para a eleição dos prefeitos e vereadores dos nossos municípios.
Vamos exercer nosso direito da cidadania, consagrado na Constituição da República, a Lei das Leis, e nos princípios do regime democrático, não nos afastando da ética com reflexão e exame da vida pregressa dos candidatos aos postos, suas regras de conduta, seus trabalhos em prol da coletividade, suas promessas que devem ser sempre objetivas e nunca fantasiosas.,
Neste pleito, fialmente, estaremos sob a égide da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar n. 134, de 4 de junho de 2010, nascida da manifestação popular, visando o aperfeiçoamento no sistema da responsabilidade dos politicos.
Na época, o povo apresentou suas bases com mais de l,5 milhões de assinaturas e o nosso Congresso aprovou o sistema legal. No entanto, a lei só foi validada pelo STF – Supremo Tribunal Federal para o sufrágio de 2012; com essa disposição, agora, foram barrados 21 mil politicos que tiveram suas prestações de contas das eleições anteriores reprovadas.
A Lei da Ficha Limpa tem por objetivo proteger a administração do bem público, resguardar a dignidade da nossa população que procura ser ordeira e cumpridora de seus deveres., coibindo que candidatos que foram condenados em decisão transitada em julgado por órgão colegiado judicial, os Tribunais de Justiça, e que cometeram os seguintes crimes, dentre outros também significativos:
~contra a ecoomia popular, a administração pública e o patrimônio público;
. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os dispositivos que regulam a legislação de falência;
. contra o meio ambiente, a saúde pública e os crimes eleitorais;
. o abuso de autoridade, o de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, p. ex. os crimes com o emprego de pessoas simples e sem meios e vulgarmene conhecidas como “laranjas”;
. os crimes de redução das pessoas à condição de escravos, contra a vida e a dignidade sexual;
. os crimes praticados por organização criminosa, quadrlha ou bando de criminosos;
. o tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo,tortura, terrorismo e os hediondos, p. ex. grupos de exterminio, homicidio qualificado, extorsão com morte da vitima,estupro, falsificação, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais etc.
É mais um passo que a nossa sociedade dá e vê concretizada a ação efetiva em lugar da indignação com os desmandos de tantos e qantos procuram se acobertar nos cargos públicos , mas que têm uma existência eivada de atitudes nagativas, improdutivas e perniciosas.
Relembramos Paul Claudel, 1868-1955, nascido em França, diplomata, dramaturgo,, poeta e pensador que nos ensina:

“É mais trabalhoso conduzir o homem pela persuasão do que pela força.. e o dever sempre está acima de tudo e de todos...”

Boas eleições e cumpram seu dever de cidadãos, afirmando que o voto não tem preço, tem consequências.

SALVAGUARDA DA BIODIVERSIDADE – SILO DE SVALBARD

Algumas autoridades governamentais se preocupam com o futuro do nosso planeta de maneira efetiva. Assim, em 19 de junho de 2006, os ministros da Noruega, Suécia, Finlandia e Dinamarca iniciaram a construção do “Svalbard Globas Seed Vault” (= “Silo Global de Sementes da Svalbard”), com a finalidade de guardar sementes de diversas plantas do mundo, para ficar a salvo das alterações climáticas, do aquecimento global ou de qualquer degeneração do clima e vida do nosso planeya, seja provocada pela natureza, seja provocada pelo homem ( guerras nucleares, queda de esteróides, utilização desenfreada de agrotóxicos etc.).

Essa localidade fica no Arquipélago de Svalbard, a 1120 km do sul do Polo Ártico, temperatura abaixo de zero, sem poluição, na Vila de Longyearbyden, com 1900 haabitantes , coordemada geográfica 78 graus 1345 32’ N 15 graus 2343 24´L.

O Svalbard já recebeu mais de 100 milhões de sementes de 100 nações diferentes. Nosso país contribui com seu estoque através da Embrapa. É um silo ou arca que está acima de 120 m da montanha adentro de arenito estável, com 1200 metros cúbicos, assegurando temperatura estável e fria.
O silo é gerenciado por um acordo tripartite entre o governo da Noruega, o Fundo de Diversidade Global e o Banco de Genes da Noruega, já contando com 8 milhões de doadores em dinheiro e como afirmam os europeus que “são dólares do medo e do desespero”.
Leitor amigo: É mais uma Torre de Babel? São prenúncios do Apocalipse?

A FÉ CRISTÃ

A fé cristã é a adesão incondicional e individual do homem a Deus. As verdades reveladas por Ele estão expostas nos Textos Bíblicos e sua interpretação é abundante na Tradição da Santa Igreja, com o pronunciamento dos Santos Doutores da Igreja, do magistério dos nossos Pontífices e de tantos santos e santas cuja existência nos traz a elevação espiritual de cada um de nós e contribui para o crescimento do Reino de Deus
Santo Agostinho, por exemplo, nos encaminha para o estudo da Bíblia ao declarar que “é tão grande o poder e a eficácia encerrados na Palavra de Deus , que ela constitui sustentáculo e vigor parra a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimentando a alma, pura e perene fonte da vida espiritual.” (Cf. “Questões do Heptateuco”, estudo dos primeiros sete livros do Antigo Testamento).
Por sua vez Santo Tomás de Aquino, célebre teólogo da Idade Média com pronunciamentos inigualáveis sobre a Verdade, a Razão e a Fé, comemorado no Calendário Católico em 28 do mês de janeiro, nos ensina que a fé é uma graça de Deus e crer é um ato autenticamente humano e que não contraria a liberdade e a inteligência confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas.
Portanto, com a fé, a razão humana coopera com a graça infundida pelo Criador. Santo Tomás esclarece que “Crer é um ato de inteligência que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça.” (Suma Teológica, II, II, 2 – 9).
Note-se também que o homem para ter fé, ele acredita e responde aos Deus da Vida, crendo por livre vontade. O ato de fé é assim voluntário e pessoal. Como a fé é um dom gratuito concedido a nós por Deus, também, em razão do nosso comportamento comumente falho, podemos perdê-lo, cabendo a cada um de nós perseverar até o fim na fé e pedir que Deus a aumente, como esclarecem São Lucas, l7, 5 e São Marcos, 9, 24.
Por derradeiro, a fé nos antecipa a alegria de vermos Deus “face a face”, sendo, em conseqüência, o inicio, o preâmbulo da Vida eterna. Como nos proclama São Paulo, “ fé é a substância (fundamento) das coisas que se esperam e um argumento (prova) das coisas que não aparecem ...” (Hebreus, 11.1).
Foi o argumento do apóstolo aos hebreus que se sentiam desorientados e desanimados pelas perseguições e insultos de que eram alvos quando do exílio que lhes foi imposto em Jerusalém.
Assim, pedimos aos fiéis que se apóiem na fé, a primeira das virtudes teologais (fé, esperança, caridade) para que tenhamos disposição e alegria na execução dos nossos serviços à comunidade de que fazemos parte, com espírito fraterno, procurando a paz e a harmonia entre todos.

Campanha da Fraternidade 2012

Como ocorre em todos os anos, a partir de 21.2.2012, quarta-feira de cinzas e se estendendo por toda Quaresma, a CNBB Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil realiza a Campanha da Fraternidade deste ano. Seu tema: “Fraternidade e Saúde Pública”; seu lema, baseado na Escritura Sagrada, em Eclo 38,8: “Que a saúde se difunda sobre a terra”.
O Texto-base de autoria da CNBB nos esclarece, p. 12, que precisamos “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil, em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde”. Mais detalhadamente ainda nos chama a atenção para:

1. Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável;
2. Lembrar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a sua integração comunitária;
3. Alertar sobre a necessidade de organizar pastoral da saúde comunitária, criando onde não existe, fortalecendo onde ela estiver incipiente e tornar mais efetiva onde já existe:
4. Tornar público os dados sobre a saúde pública no Brasil, seus desajustes e a necessidade do seu correto funcionamento;
5. A necessidade de chamar as comunidades para discussão do tema, defender o SUS e reivindicar um financiamento justo para melhor atendimento à população;
6. Qualificar a comunidade para acompanhar a gestão pública da saúde da população, com a aplicação dos recursos públicos com eficiência e transparência. .

O lema da campanha é encontrado no livro Eclesiástico, um dos sete livros sapienciais do Antigo Testamento e segundo a tradição foi escrito por Ben Sirac, em hebraico e mais tarde traduzido por seu neto para o grego; contém ensinamentos máximos sobre os problemas da vida, as virtudes morais, sociais e o teologais; o capítulo 38 disserta sobre a medicina, seus profissionais, incluindo os enfermeiros, “... a ciência que os faz trazer a fronte erguida e admirados pelos grandes”, a higiene necessária do corpo, a purificação do nosso coração, o agradecimento ao Senhor pelo bem estar que nos traz e a súplica para que não nos revoltemos com as doenças, rezando ao Senhor pela cura do ser humano.
Repassando as páginas da nossa História, deparamos que não havia nada sobre saúde pública no Brasil Colônia. Havia o pajé das comunidades indígenas com suas ervas, cânticos e benzeduras, a medicina aplicada pelos jesuítas e os boticários que andavam pelas terras pátrias, colhendo, estudando e aplicando ervas, as únicas formas de saúde assistencial. Em 1789, no Rio de Janeiro, havia apenas quatro médicos. As primeiras escolas de medicina e cirurgia surgiram com a vinda da família Real de Portugal, em 1808, fundando o Colégio Médico e Cirúrgico Real de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro.
A primeira medida sanitária pública ocorreu no governo de Rodrigues Alves, 1902/1906, para combate efetivo da varíola, malária, febre aftosa e peste bubônica, nomeando o médico Osvaldo Cruz para o combate epidêmico, que se valeu de força policial, invadiu casas, com a queima de roupas e colchões, desagradando à população, dando azo à Revolta da Vacina, com o afastamento do hoje reconhecido médico.
Houve o desenvolvimento nas cidades do sistema sanitário público, porém o trabalhador rural ficou por séculos excluído de qualquer amparo à saúde, o que só veio a ocorrer em 1963, na criação do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – Funrural; esse acontecimento penoso e ingrato é explicado pelo domínio da elite que explorava a cafeicultura e a lavoura canavieira, que pressionava o governo para não estender tais benefícios aos campos, limitando-se a sua aplicação aos centros urbanos. Esse problema ainda perdura em algumas regiões se você verificar os relatórios e as reportagens do atual sistema do SUS.
Ainda hoje os setores de fiscalização previdenciária, do trabalho e medicina de segurança e da arrecadação de impostos, ao proceder o exame dos livros, das contas e dos milhares de trabalhadores que se sujeitam aos reclamos dos empregadores de grandes conglomerados comerciais e industriais, estabelecimentos agrícolas e pecuaristas apura inúmeras infrações, sonegação dos tributos, falta de registro de seus empregados, não recolhimento das taxas previdenciárias, dos depósitos fundiários, ocasionando maiores distúrbios na preparação orçamentária correta dos país, do estado e do município e deixando à margem a mão de obra brasileira, ficando assim sem proteção prevista na nossa constituição federal, a Lei das Leis e legislação própria; é o denominado “contrato de trabalho ultrajante”. É uma grave distorção da responsabilidade, da solidariedade e da correta interpretação das leis e regulamentos, tudo em nome do lucro fácil.
No “ranking” de 191 países examinados pela OMS Organização Mundial de Saúde sobre os desafios da saúde pública, o Brasil ocupa o 125o. lugar, levando em conta o bem estar físico,psiquiátrico e social da coletividade. A promoção da saúde depende das condições de habitação, lazer, salário, água, esgoto, educação e outros requisitos e atividades do poder público e de cada cidadão.
A Doutrina Social da Igreja nos adverte que:

“Com a constante reafirmação da solidariedade, a doutrina social estimula a passar à ação para promover o bem de todos e de cada um porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos. O princípio da solidariedade também na luta contra a pobreza, deve ser sempre oportunamente flanqueado pela subsidiariedade, graças ao qual é possível estimular o espírito de iniciativa, base fundamental de todo desenvolvimento socioeconômico nos países pobres. Aos pobres se deve olhar não como um problema, mas como possíveis sujeitos e protagonistas dum futuro novo e mais humano para todo o mundo.”

Por derradeiro, transcrevemos a oração da CF 2012:

Senhor, Deus de amor/ Pai de bondade/
nós vos amamos e agradecemos pelo dom da vida/
pelo amor com que cuidais de toda a criação/
Vosso Filho Jesus Cristo
/ em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos e de todos os sofredores/
sobre eles derramou a esperança da vida em plenitude/
Envia-nos Senhor o Vosso Espírito/
Guiai a vossa Igreja para que ela, pela conversão se faça sempre mais solidária às dores e enfermidades do povo/nda sobre a terra. .

Bibliografia:
- CNBB – Texto base – Campanha da Fraternidade 2012.
- Michel Foucault, “O nascimento da medicina social”, 1979, tradução de - - Roberto Machado, Ed. Graal, 1979.
- Paim, Janilson Silva, “Política e Reforma Sanitária”, Bahia, ISC, 2002.
- Pontifício Conselho Justiça e Paz, “Compêndio de Doutrina Social da Igreja”, tradução da CNBB, São Paulo, Ed. Paulinas, 2005

Meu Pai e seu Centenário

BRUNO BAMBINO foi mais um mineiro que adotou São João Nepomuceno como sua terra predileta.
Nasceu em 20 de março de 1907, em Rio Novo, filho de Túlio Giuseppe Bambino e de Hermenegilda Rana Bambino, imigrantes italianos. Sua família e ele, então, ainda infante, transferiram-se para São João, aqui fixando residência e lutaram pela vida. Residiram na atual Rua Comendador Gregório, 94, e sua genitora abriu um modesto botequim, então conhecido como “Beco dos Rana”, aonde, àquela época, os viajantes vindos de Roça Grande, Itui, Bicas, Taru e adjacências, deixavam suas montarias, faziam modesta refeição, trocavam “um dedo de prosa”, ingeriam “um gole da branquinha”,resolviam seus problemas na cidade e retornavam às suas casas, ao final do dia..
Bambino, logo cedo, ingressou na antiga Fábrica de Tecidos Sarmento. Mais tarde, já adolescente, viajou para São Paulo, onde outro ramo da família lá criaram raizes e com seus primos aprendeu o ofício de barbeiro.
Não se esquecia, no entanto, da sua São João; e começava a despontar seu talento pelo jornalismo, fundando, com o sãojoanenese Carlos Pinto um suplemento “ literário, critico, sportivo, noticioso”, denominado “O BEIJO”, com diversos colaboradores. Infelizmente, só encontramos o datado de 25 de dezembro de 1927, n. 109, então já com cinco anos de existência. Ver cópia anexada..
Com seu conterrâneo e amigo – Washington Coelho Pinto - abriram uma pequena empresa destinada à produção e comercialização de bebidas destiladas, “Washington & Bruno”. Restou daquela fase apenas alguns rótulos por eles mesmo idealizados e comprovado com o “Especial Cognac de Guaco e Alcatrão WB”. V. cópia junta.
Em 1935 abriu uma barbearia na então Escola Militar de Realengo, onde à época segundo seu relato, conheceu Eduardo Gomes, Costa e Silva, Odílio Denny .
Passava suas férias e o tríduo carnavalesco na cidade “garbosa”; fã fervoroso do Clube Democráticos, ajudava na sua ornamentação e dos carros do bloco, com as criticas e os apelos da população .
Casa-se em 8 de dezembro de 1937 com a professora Dinarte Almeida Bambino, eximia pianista. Vão residir no Rio de Janeiro; desse matrimônio o casal tem dois filhos Túlio e Lincoln, aos quais dedicam sua atenção, seu cuidado, educando-os, norteando-os para a boa conduta, a cidadania.
Nesse período, Bambino passa a lutar pelo pão de cada dia com os trabalhos de vendedor, representante comercial e agente de empresas de perfumes e cosméticos, produtos industrializados do norte do país, indústria de gás engarrafado doméstico e mais tarde gerente administrativo do Sindicato das Empresas Aeroviárias, para ali conduzido pelo Dr. Gilson Mendonça, seu amigo, naquela época advogado no Rio e São Paulo, diretor da empresa Real Aerovias e presidente daquela instituição, outro valoroso sãojoanense.
A partir de 1949, a convite de Carlos Rocha, passa a escrever quinzenalmente na “Voz de São João”, dando noticias sobre a vida social, política, administrativa e esportiva do município e do país. Criou a conhecida coluna “Nossa Terra.”. Ao lado de Carlos Rocha, Nilo Rocha, Alpheu, Eulália Rangel, Dr. José Azevedo e tantos outros colaboradores dedicados e eficazes do semanário, - numa época em que os meios de comunicação se resumiam no jornal e alguns programas de rádios de São Paulo e Rio de Janeiro, - ”Voz de São João” notabilizou-se como imprensa da chamada Zona da Mata.
Seguem cópia de artigos do Bambino, com textos variados, sobressaindo a homenagem ao Dr. Gloria, em dezembro de 1949; os trabalhos das associações de caridade como Asilo Ambrosina de Matos; o Cine Brasil, a Rádio Difusora, em novembro de 1953; o Carnaval de 1952; a necessidade de melhorar nossas estradas de acesso; os programas da então criada TV Nacional; seu depoimento sobre a irresponsável carga tributária para a industria e o comercio, em maio de 52; a lembrança e o registro de tantos músicos que se dedicaram a essa bela arte, junho de 52; o apelo para estender a rede de eletricidade do município, novembro de 52; a mudança da capital do Brasil para Brasília, dezembro de 52; o Carnaval de 53; as praças e ruas da nossa cidade, abril de 53; as autarquias da Previdência Social – o extinto SAPS, maio de 53; “Rasgando o Horizonte Pátrio” com a instalação da Rádio Difusora, agosto de 53; a campanha contra JK, na época da Revolução Militar, maio de 64; “São João após a revolução”, julho de 1964; homenagem a Herbert Moses, presidente da ABI, agosto de 64.
Há tantos outros artigos dos mais variados temas e que foram publicados pela valorosa “Voz de São João” até meados de l984. O jornal editado pela família Rocha é um repositório da história mineira e muito contribuiu para sua expansão a coluna NOSSA TERRA.
Convém ressaltar que Bambino foi admitido como sócio efetivo da Associação Brasileira da Imprensa, como Jornalista e Redator, conforme registro naquela associação deferido pelo seu presidente Herbert Moses. Na ABI participou do conselho consultivo, ao lado dos consagrados Celso Kelly,Austregelio Athayde, Edmar Morel, Mário Saladini, Júlio Louzada e outros. Ver documentação anexada ABI, abril de 1965.
A ABI, agora em março de 2007, pelo centenário de Bruno Bambino, também presta homenagem a ele, editando um site daquela agremiação, ressaltando seu trabalho de jornalista, mencionando a cidade de São João e o semanário “Voz de São João”. Veja-se a carta do seu presidente atual, Mauricio Azedo, endereçada ao filho de Bruno, Túlio José Bambino, dando conhecimento dessa iniciativa. Bambino foi ali matriculado como profissional sob o n. 2404.
Em 1971, Bambino se aposentou e voltou a residir em São João ao lado de Dinarte; não parou de trabalhar pelo município; continuou a escrever na “Voz de São”; tinha um programa semanal na Rádio Difusora, dando noticias e apresentando músicas de sucesso de compositores pátrios, italianos, franceses, espanhóis e americanos; foi um dos mentores e gestores da Sede Campestre do Clube Democráticos.
Ajudou na fundação e administração da la. Fase do “Lions Clube”, sócio a partir de 19 de outubro de 1972, tendo por padrinho o inesquecível Dr. Irio Vieira Lima.
Convém ressaltar que um dos primeiros estacionamentos de veículos da cidade foi por ele fundado, como se vê do Alvará de Localização datado de 25 de abril de 1975, em nome de sua esposa e mais tarde, conforme Alvará de 17 de maio de 1982, em seu próprio nome.
Bambino foi um autodidata; lia muito, os mais diversos assuntos, trocava idéias com os jornalistas da ABI, nas sessões e na hora do almoço. Era muito amigo do Dr.Nagib Ayupe, Dr. Irio, Mário Campos, Marcelino Barbosa, Wagner Fávero, José Leite, seu padrinho de casamento, Sebastião Carlos Leite e outros ilustres residentes da “garbosa”.
Ele nunca deixou de “ver, julgar, agir e avaliar” .os episódios e situações familiares e da comunidade ; por São João dedicou-se com esmero, pronto e solícito. A família e o município sempre estiveram em seu coração e mente.
Bruno Bambino faleceu em 11 de agosto de 1985, exatamente cinco anos após o passamento de Dinarte, ocorrido em 11 de agosto de 1980. Ambos jazem no cemitério da cidade.